quarta-feira, 15 de abril de 2009

One man only in a lifetime!

Não sei se existe essa coisa de destino. Não sei se todos estamos destinados a ficar com a nossa cara metade. Nem sei se isso existe.

Contudo, sei que de facto há pessoas que nos completam. Desde amigos, família, o nosso gatinho de estimação e...os amantes.

Quando olho em meu redor assisto a verdadeiras histórias de Amor. Ou será que não é tão simples assim?

Por norma, ao longo da nossa vida vamos construindo amizades que por vezes se dissolvem no mesmo ritmo que as nossas carreiras ganham mais relevo. Perdemos umas ganhamos outras. A vida é assim mesmo. É natural que assim aconteça, não somos as mesmas pessoas de há dez anos atrás. Com muita sorte teremos amizades que continuaram cúmplices de todas as alterações que fomos sofrendo. Por isso que as verdadeiras amizades contam-se pelos dedos de uma mão.


No entanto, tenho reparado em algumas amigas minhas que desde sempre namoraram com o mesmo rapaz. Amigas essas que estão finalmente a dar o nó.

Basicamente, começaram a namorar no 1º ano da faculdade com as suas caras-metade (ou no 12º ano). Terminaram o curso, com um ou outro arrufo pelo meio, mas sempre juntos. Começaram a trabalhar, a conhecer outras pessoas, mas ainda assim, sempre com os mesmos namorados.

Agora, ao fim de...9 (ou mais) anos de namoro lá decidem oficializar a relação. Uma atrás da outra...


Uma delas, casou há 2 anos e está à espera de neném. A outra, ainda não fez um ano de casada, está em lua-de-mel e a viver em Londres. O outro...já está separado. Outra vai casar daqui a pouco mais de uma semana (como é que vou perder 3kg até la??!!!). Outra diz que não quer casar, mas finalmente decidiram ir morar juntos...com o papel assinado da escritura da casa.


Note-se que destes casais, nenhum deles teve outros namoros 'sérios' antes. Ou seja, esbarraram com a sua outra meia laranja desde cedo. Não tiveram que andar a bater com a cabeça na parede com as desilusões amorosas. Nem de ficar horas a olhar para o telemóvel para saber se ele liga...ou não. Nem aquelas dúvidas de...será que ele está interessado em mim ou não?


Não...acredito que terão outras dúvidas. Possivelmente bem mais importantes e profundas. Tais como...manter a chama acessa ao fim de 10 anos de namoro e fazê-la durar por mais uns 30 ou 40 de casamento!


Dito assim, até parece irreal, impossível de realizar. No entanto, acredito que quando se gosta verdadeiramente de alguém, uma vida inteira não é suficiente para disfrutar todo esse sentimento.


Por vezes penso nisso...Do tempo estar a passar e de me irem restando poucos anos para disfrutar a pessoa que certamente será 'the one' para mim!


Estas histórias de Amor são comuns na geração dos nossos pais. Eram outros tempos, pensava-se de outra maneira, outras tradições, menos tentações e solicitações. Contudo, muitos deles estão divorciados...ao fim de décadas de vida em comum.


O que me deixa ainda mais incrédula em relação a estes namoros. Como é possível acontecerem nos dias de hoje?

Com tanta facilidade de 'pular' a cerca, com tanta falta de valores, com tanta pressão para se ser arrojado e promíscuo...Percebem o que digo?


É de louvar, de facto. Espero que não me desiludam e que se venham a separar daqui a dez anos porque ele enrolou-se com a secretária. Ou descobriu que afinal é gay. Não que a culpa tenha sempre de ser dele, mas pronto.


Agora falo por mim. Até ao final deo secundário sempre tive namoricos e paixões verdadeiramente platónicas. Tenho pena que as miúdas de hoje queiram ser logo adultas tão cedo. Fico chocada com as coisas que me contam e que eu assisto.

Lembro-me desses namoricos com a maior ternura, pois era isso mesmo que eles eram. As mãos dadas a olhar as estrelas, beijos apaixonados, mas sem passar do pescoço para baixo!! E era tudo tão booom!


Entretanto, as coisas evoluem. Um dia apaixonei-me mais a sério e as coisas começaram a ser mais adultas. O meu primeiro grande namoro começou assim, sem grandes expectativas, sem pensar muito no assunto. Deixei-me levar e pimba! Caí nas redes da paixão. Estava tão embevecida que achava que ele era o homem perfeito para mim. Podia ficar com ele o resto da minha vida que eu ficava feliz.


Um dia ele resolveu ir-se embora. Começou a trabalhar...a conhecer outras pessoas...a ver outro Mundo...e eu não me encaixava nele.


Como doeu! Fiquei um trapo! Emagreci 5kg sem dar por isso (foi a parte boa, eheheh). Acho que foi a minha primeira deprê. Só me passou a pancada de vez, quando, dois anos depois (!!!!) o vi com outra namorada. Todo feliz da vida. Tomaaaaa! Um estalo na cara com toda a força!


Aí parece que acordei novamente para a vida (no aspecto amoroso). Voltei a abrir o meu coração. Envolvi-me com homens com total desprendimento, só usufruindo. Até que um dia tropecei no ex-Mr. Big.


Se eu até então achava que sabia o que era estar apaixonada, sentir-me parte de alguém, aí caiu tudo por terra! Quase que me deu vontade de rir!!


Como é que eu podia achar que sexo bom era tudo aquilo que já havia experimentado? Como é que eu podia achar que o T. era o homem da minha vida?! Devia estar louca!!! Não tinha nada a ver comigo!!


Com o ex-Mr. Big eu redescobri-me, revelei o melhor de mim, fui feliz...enquanto durou. Foi uma relação estranha porque nunca confessámos os nossos sentimentos. Nunca verbalizamos o que nos ia no coração, mas entendiamo-nos perfeitamente. Os nossos corpos, os nossos discursos, dançavam num valsa perfeita e bem ritmada.


Mais uma vez, tudo terminou. Desta vez não fiquei deprê, mas fiquei triste e sem um bocado do meu coração.


Toquei a minha vida para a frente e voltei a estar com outros homens. Mas nada é igual. São todos diferentes, uns até bem mais ternurentos e carinhosos. Sussurram-me ao ouvido tudo aquilo que uma mulher (e um homem) gostam de ouvir. Aquece-nos a alma e eleva-nos a auto-estima. Mas não preenche o coração.


Posto isto...Será que o melhor mesmo é ficar na ignorância? As minhas amigas nunca experimentaram outra coisa que não os seus namorados. Sentem-se felizes assim e não querem ir mais além. É uma opção e eu respeito imenso. É preciso ter alguma coragem ficar 'parado' também.


O que é que lhes podia acontecer? Conhecer outro gajo que lhes desse a volta ao miolo, descobrir que afinal há pilocas de todos os tamanhos e feitios, competentes e incompetentes? Que há amantes excepcionais mas que no dia seguinte nunca nos olham nos olhos e nos dizem que nos amam? Tanta coisa que estão a perder...em detrimento de uma outra coisa que eu nunca irei conhecer. O Amor puro e inocente que só temos quando somos mais novinhos e que evoluiu com a personalidade deles até aos dias de hoje.


Por isso que desejo às minhas amigonas toda a felicidade do Mundo!!!! Não sei se eu teria tanta coragem de dar o nó com alguém ao fim de 9 anos de namoro...porque o faria?

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