terça-feira, 8 de março de 2022

Talvez sejam as hormonas

 Estava a reler o último post e lembrei-me de uma conversa com uma colega. Também ela se queixava de todo este cansaço, falta de memória, etc, etc. Chegou à conclusão que grande parte do problema era, afinal, hormonal. Marcou uma consulta com a Drª Marta Padilha para lhe reorientar a bioquimica toda do corpo e veio de lá esclarecida.

Achei interessante, fui a correr marcar (dado que estou em lista de espera para o psicoterapeuta). Pode ser que afinal sejam só as minhas hormonas que estejam a pôr-me balhelhas e assim poupo o psico das minhas palermices.

Vou ter de aguardar por Outubro, pois a Drª é muito requisitada e só tem vaga nessa altura.

És médico e andas perdido em que área investir? Eu dou uma dica: Marta Padilha.

Gostava de ter outros testemunhos de pessoas que já lá tenham ido, mas parece que ninguém gosta muito de falar disso....

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Psicoterapeuta, precisa-se.

 Pois é, isto da maternidade tem muito que se lhe diga.

É muito tentador transformar qualquer blog ou conta de instagram num mummy blog. A verdade é que a nossa vida dá uma volta tão grande, que o centro do Universo passa a ser aquele ser humano que saiu de dentro de nós.

Acordar tarde ao fim de semana é uma miragem. Improvisar é quase impossível. Fazer longas horas de trabalho seguido é para esquecer. E a culpa permanente de achar que estamos a falhar em alguma coisa?

Eu, como me tornei uma hipocondríaca assumida, ando a sofrer muito. Toda e qualquer campanha de angariação de fundos para tentar salvar uma criança atingida por doenças raras que me apareça à frente eu contribuo sempre com qualquer coisa. Mas fico numa angústia constante de querer se a criança se salva, e (quase) nunca isso acontece. É terrível. Fico horas na internet a pesquisar sobre todas as doenças mais mirabolantes que podem acontecer com os nossos babies, é tão devastador. Porque essas doenças são tão repentinas e silenciosas que só quando há uma manifestação física é que se sabe que há algo de errado. Não vale a pena estar a fazer check ups e análises todos os dias, não há como evitar.

A minha Baby sempre que se queixa de alguma dorzita eu fico em pânico e embora tente disfarçar, acho que lhe transmito essa ansiedade, coitada.

Muitas vezes me questiono como é que eu consegui chegar a adulta viva e inteira. Agora que tenho uma filha, revejo e recordo-me de inúmeras situações da minha infância que estavam arrumadas numa gaveta.

Na realidade, não estavam arrumadas, estavam escondidas, agora cabe a mim arrumá-las. Ando efetivamente à procura de um psicoterapeuta para me ajudar nesse processo. 

Olhando para trás, vejo que os meus pais falharam imensas vezes (não propositadamente, a vida era assim mesmo), e a fatura de alguns traumas estão a cair agora.

Tenho uns 5 livros para ler (sem contar com os que já li) sobre crianças, cérebros das crianças, desenvolvimento das crianças, etc.), sigo pediatras, nutricionistas infantis, mummy instas, sempre à procura de informação. Para não falhar tanto, mas mesmo assim, sinto que falta sempre qualquer coisa.

A ansiedade de acontecer alguma coisa é tão grande que nem sei como aguento. Digam-me que isto é normal. É, não é?

Mal tenho tempo para estar com o Guapo, pois entre o trabalho, tratar da Baby, tratar da casa, telefonar aos meus pais (e ficar horas a ouvir as queixinhas de um e do outro), chega a hora do serão nem consigo olhar para o computador e adiantar mais algum trabalho, nem consigo ter uma conversa decente. O meu cérebro está em estado gelatina fora do frigorífico. T-O-D-O-S os dias. Ando tão cansada. Isto, e o Covid. E não poder ir aqui ou acolá. Não poder ir jantar fora ou ir ao cinema porque a nossa Baby não fica sozinha que não seja com o pai ou com a mãe. 

E os meus pais que me dão cabo do juízo mesmo estando longe (ao fim de mais de 40 anos de casados estão a atravessar a maior crise no casamento de sempre. A minha mãe teve um AVC isquémico e desconfio que isso lhe alterou a mioleira...está um pouco...doida).

O meu escape, a minha fuga sempre foram as viagens e desde julho de 2019 que não piso fora do Portugal. Aliás só temos andado entre Lisboa, costa oeste e algarve (por causa da família), tem sido asfixiante. Podia ser pior? Podia. Milhares de vezes pior, nem quero imaginar. Mas esta minha realidade está a tornar-me numa pessoa chata, negativa, ansiosa e estressada. Já nem sonho com o euromilhões, os pensamentos negativos que se desencadeiam por ganhar um prémio desses é tão pessimista que mais vale ficar quieta.

E pronto. Desabafei. Agora é encontrar um psicoterapeuta.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Coisas tão mundanas como o prazer de um belo banho

 Se há coisa que eu gosto é de tomar um belo banho.

Banho de imersão é um luxo que de momento não me posso dar. Quer por racionamento da água, esse bem precioso, quer por racionamento de tempo livre, esse bem raro, quer por não ter uma banheira à altura (leia-se, com comprimento suficiente para me enfiar lá dentro sem ficar com os joelhos flectidos). Embora, verdade seja dita, que este último item não serve de desculpa, pois já tomei belos banhos de imersão com os joelhos a arejar. A ler uma revista e com velinhas acesas e tudo. Onde é que isso já vai...

Entretanto, o que realmente me dá prazer é sentir a água a cair em cima da cabeça. Água bem quente de um prato de chuveiro efeito cascata. Lembro-me sempre da minha Tia Ana. Nos seus dias internada no hospital, antevendo que seriam os seus últimos, a única coisa que ela se lamuriou foi das saudades que tinha de tomar um belo duche. E aquilo ficou no meu pensamento até hoje (e já se passaram mais de dez anos). É incrível como certas coisas fazem tanto sentido e não damos importância no dia-a-dia (só quando ficamos impedidos de as aceder).

O Guapo reclama que eu demoro horrores no duche. Ele não entende. Para ele tomar duche é uma actividade necessária mas não prazeiroza.

Eu resolvo muitas questões de trabalho quando estou a tomar banho. Eu lembro-me de inúmeras tarefas completamente esquecidas quando estou a lavar a alma. Eu lavo o cabelo duas vezes, com champôs diferentes, ponho máscara no cabelo e máscara na cara ao mesmo tempo, lavo o corpo com espuma de duche e as partes baixas com lactacyd. Depois de enxaguar o corpo, segue o hidratante de duche. Aí segue mais uma sessão de intensa terapia por baixo da cascata a exaguar cabelos, corpo, tudo. Por fim, esfrego-me com oil & go e finalmente saio do banho. Conseguem imaginar todo este ritual e ainda resolver problemas de projeto, problemas de agenda, and so on?

Pois é, essa sou eu. Muito prazer.