sábado, 27 de agosto de 2016

Porque eu mereço

Fartinha de trabalhar, fartinha de andar a correr de um lado para o outro, fartinha de nunca ter tempo para nada nem ninguém, fartinha de nunca mais ganhar um prémio chorudo no euromilhões...rendi-me às evidências e fui ao Freeport de Alcochete. Fui direitinha à Coach, bati os olhos em meia dúzia de malas e trouxe uma comigo. Oferta de mim para mim. Foi a minha primeira vez na Coach outlet e adorei. Tem muito mais oferta que no Corte Inglês e modelo muito mais giros!!

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O desamor

Por vezes a vida prega-nos partidas. Ou serão obstáculos da vida?
Há quem salte por cima, dê a volta, derruba as barreiras e segue em frente. Mas ha também quem chore e berre, que se descabele e desespere em frente a cada obstáculo e se pergunte e lamente porquê eu, porquê??!!! E ali ficam a torturarem-se de lamentos a achar que é o fim.

Infelizmente estou a presenciar um pequeno drama familiar que me está a deixar muito triste e desiludida.

Primeiro fiquei em transe com a doença súbita do meu pai, depois percebi que existe recuperação (lenta), que o problema dele é físico e não revela sequelas maiores. Fiquei aliviada por ver que isso não o impedia de fazer a vida normal, mesmo que toda a gente lhe pergunte o que é que lhe aconteceu, mesmo que não possa ter independência total pois não pode conduzir, tem tratamentos diários, etc. claro que por vezes desanima, enerva-se, fica de mau humor e descarrega na minha mãe.

Ah, a minha mãe.

A minha mãe vive num lamento pegado, anda frustrada por perder o verão, por não ter liberdade, por ter de ser enfermeira do seu companheiro de há mais 30 anos. Não tem paciência para lhe aturar as casmurrices, não tem amor para lhe ver a doença, não tem memória para se lembrar de quem a agarrou durante anos quando foi ela a enferma. E isso entristesse-me e desilude-me.

Não é fácil, mas também não é o drama, o fardo que tanto se lamenta no facebook diariamente. Vejo a mãe de uma amiga minha que há 7 anos acompanha o parkinson galopante que lhe quer tirar o marido e é comovente ver a dedicação e o amor com que luta por ele e para ele.

Que é isto afinal, mãe? Que é feito dessa tua força e amor? Que é feito do compromisso na saúde e na doença? Vejo e sinto que no fundo ela odeia tudo isto que está a acontecer porque é sinal que a idade traz sequelas. E para a minha mãe a velhice é o seu maior pesadelo, perder a beleza é atroz. Começa a ser doentio e preocupante. Desde quando é que eu criei uma mãe tão fútil? E se eu vejo e sinto isso, se é tão óbvio, como se sentirá o meu pai? Mal, claro.

Amo muito os meus pais, sei que estão a passar um período chato, mas caramba, há solução!

Como filha não posso puxar a orelha de cada um e obrigá-los a comunicarem e a entenderem-se. Aliás, não posso fazer nada senão ouvir queixinhas de um lado e lamentos do outro.

O meu pai revela-se um ingrato por não reconhecer todo o esforço que a mãe faz. A mãe tem falta de paciência...e amor. Acho que é isso.

É nestas alturas que se revelam as fraquezas de um casamento quase perfeito.

Veremos. Ou melhor, nem quero ver.