quarta-feira, 16 de setembro de 2009

I wonder if...

Quando somos pequenos brincamos sempre às profissões. É inevitável, é o brincar ao faz-de-conta.

Quando me perguntam se me recordo do que é que queria ser quando crescesse eu fico a pensar. Não tenho uma resposta imediata e límpida de dúvidas.

Tive fases em que brincava aos professores, mas nunca disse que o queria ser quando fosse maior. Outras alturas brincava de balconista ou lojista, mas rapidamente me fartava.

Não me recordo de ter brincado aos médicos, nem aos veterinários.
As memórias mais latentes relativamente ao brincar às profissões eram duas: trabalhar numa agência de viagens (onde falava as mais estranhas línguas...sim, eu inventava-as!!) SEMPRE agarrada ao meu estojo com um mini-piano incorporado (o vício do telemóvel já se avizinhava) como se de um telefone se tratasse. Outra era trabalhar num agência de publicidade. Aqui, essencialmente, era eu a barafustar com toda a gente, dizer que as modelos estavam a fazer tudo errado e andava sempre a riscar na agenda a marcar e desmarcar reuniões, sempre muito stressada! Eheheheh, tonta!

Mais tarde, quando os meus pais acharam que era altura de procurar outra casa, descobri o fascínio do desenvolvimento de outras vidas noutros espaços. Chegava a casa e desenhava plantas daquilo que eu gostaria que fosse o nosso novo lar. Aí, transpareciam já muitos traços das tipologias brasileiras (desde sempre que eu sou vidrada em novelas brasileiras). Abolia portas, fazia mezanines, salas enormes em open space.

Olhando para trás, fico fascinada com essa minha 'precoce' capacidade de desenhar em planta (acreditem que há muitas pessoas que têm dificuldade em imaginar desenhos planimétricos no espaço, não conseguem perceber plantas, é normal). Tenho imensa pena de não ter guardado esses meus primeiros esquiços.

De qualquer maneira, será que foi por isso que fui para Arquitectura? Por vezes olho para trás e vejo que no fundo, eu escolhi esta área sem sequer ter posto outra hipótese. Aliás, a minha candidatura para a Faculdade resumiu-se aos dois primeiros pontos da listagem: F.A de Lisboa ou a do Porto. Nem me passou pela cabeça que podia não ter entrado (muito dificilmente, mas podia ter acontecido). Que será feito dessa determinação?

Findo o curso, comecei logo a trabalhar. No início estava cheia de garra e genica. Tinha vontade de aprender tudo e fazer tudo ao mesmo tempo. Depois começaram as desilusões. Os ordenados fraquinhos e o não reconhecimento do esforço dispendido. Uma vontade de criar reprimida por estar a trabalhar por conta doutrem.

Hoje, pergunto-me se não teria sido melhor escolher outra área. Relações Internacionais, Publicidade, Paisagismo...
A minha paixão são as viagens, arquitectura (interiores, exteriores, tudo) e aprender línguas.

Pudesse eu e estaria sempre a saltitar de um lado para o outro, a tirar cursos em Londres, estágios no Brasil, e aprender italiano em Florença.
E pronto, é o desabafo de hoje. E vocês? O que é que queriam ser quando fossem grandes? Seria algo assim tão descabido?

3 comentários:

Eu mesma... disse...

sempre sempre quis ser cantora. e eu sei que canto bem, não desafino e tal. continua a não me parecer descabido mas à medida que os anos passam e vejo que nada se concretiza a esperança tende a diminuir. fora isso, sempre gostei de imensas coisas, desde astronomia, arqueologia a design de interiores e línguas. nunca soube muito bem para que lado me virar., tirando aquele sonho de infância...

Elsa Frescata disse...

Olá , espero que o teu estado de espirito tenha melhorado , ninguem deve andar triste !
Eu queria muito ser bailarinha, cheguei mesmo mais tarde a mudar me para Londres onde tive aulas de representação , mas a vida familiar falou mais alto e regressei e o sonho ficou pelo caminho ... dedico me aos numeros e á gestão que foi o que tirei na faculdade ... beijinho

Sílvia disse...

Se queres que te diga nunca soube muito bem também... Brincava a imensa coisa tal como tu... Optei pela Biologia e pra já estou a gostar :)