sábado, 14 de fevereiro de 2009

'Vacas, altas, loiras e magras!'

Sou uma mulher normal. Dentro dos parâmetros ditos normais. Tenho dias, mas quem não os tem.
Há dias que me sinto, como dizer, de fazer parar o trânsito. Modéstia à parte, pois claro.
Outros dias que me sinto imprópria para consumo, um grito no espelho.


Não sou tão alta como gostaria de ter sido, mas também não tenho que pular como ao Marques Mendes para aparecer no mapa.


Isto das alturas tem muito que se diga. Numa cidade tão heterogénea como Barcelona, cruzo-me com praticamente todas as nacionalidades andantes por essas ruas fora. Uma vez por outra passam as ditas ‘vacas, altas, loiras e magras’ (digo isto com carinho), polacas, alemãs, suecas, whatever. Outras que são isso tudo, mas morenas. Dão nas vistas. São altas e naturalmente magras.
Há mulheres assim. Nasceram com genes de ‘modelo’. Têm estrutura óssea delgada, estreitinha, altas, enfim...tudo aquilo que vemos no catwalk e suspiramos. Não tenho nada contra elas, pelo contrário.

Tendo em conta que não sou apreciadora de nórdicos (esses latagões com 2 metros de altura), aprecio mais os latinos, que, por sinal, não são tão altos quanto isso.
Os nossos latinos babam-se por umas pernas de metro e meio de pecado, torcem pescoços por uma brasa (de preferência loira) dez centímetros mais perto das nuvens do que eles e deliram. E é só... Raros são aqueles que se perdem de amores por mulheres que lhes fazem literalmente sombra. Sentem-se intimidados, têm receio de fazer figuras de porta-chaves, sentem-se inferiorizados, um sem fim de razões que não sei deslindar e nem se aproximam. Gostam (e muito) de admirar ao longe e sonham (alto).

Resumindo, não tenho sequer 1,70 mas também não estou assim tãaaao abaixo da tabela. Meço uns sinceros 1,66 (bem escarrapachados no meu B.I, não é aquele 1,66 com um saltinho piquenino que ninguém repara) e finalmente aceitei que não vou crescer mais que isso. Vou parar de questionar a Mãe Natureza por que raio o meu irmão tem um metro e oitenta e muitos e eu não! Sangue do mesmo sangue, os mesmos genes, a mesma alimentação, o mesmo sol, os mesmos desenhos animados, os mesmos ginásios....

Vivo a tranquilidade de poder colocar uns saltos altos bem caprichados e não deixar ninguém complexado, ou então, deslizo no meu calçado mais raso que tanto jeito dá naqueles dias de não-quero-que-reparem-em-mim.

A grande desvantagem é o facto de uma pessoa de altura comedida ter que controlar o volume à grama. Um quilo a mais num esqueleto de um metro e oitenta facilmente se dilui pela vasta ossatura que ninguém nota. O contrário, é que é uma seca. Não é à toa que essas ‘vacas altas, loiras e magras’ afirmam de boca cheia que comem de tudo e vá-se-lá-saber-porquê não engordam. Engordam pois, mas não é num fim de semana de loucura gastronómica que isso se vai notar.
Eu disso tenho pena. Facilmente cometo um excesso e logo de seguida sou castigada no ginásio. Escrava da imagem? Não. Vaidosa? Muito, obrigada.

Sobra-me, então, o fútil pensamento que tenho uma altura que tanto agrada a gregos como a troianos. Se eles não são muito altos, faremos um casal harmonioso. Se forem altos (aiii...e como eu gosto deles altos) faremos um casal tradicional and still...harmonioso. Assim, há mais por onde escolher. Mais que não seja no maldito ginásio onde tento apagar os pecados cometidos no dia anterior. Eles andam lá, todos suadinhos e sempre, mas sempre, com o olhar em alvo.

Claro que há sempre aqueles Tom Cruises que, não obstante casarem com mulheres mais altas que ele, vivem azucrinando a mioleira das pobres coitadas para não utilizarem salto altos ao lado deles.

Tudo isto para dizer....que quando virem uma jeitosa (em dia sim) com 1,66m a passear descontraidamente na rua, essa sou eu! Muito possivelmente a mulher não dos vossos sonhos, mas da vossa vida! Pouco convencida. Eu.

Excepções que confirmam a regra...

2 comentários:

Jorge Pessoa e Silva disse...

1,66 metros é um número perigoso. Mais um seis num arredondamento ao milímetro e teriamos o número da besta... rs... O que, bem vistas as coisas, nem sei se seria bom ou mau... O latino (só o latino?) também gosta da femme fatale, dona e senhora de poderes ocultos, que em muitos homens se resume ao fascínio delas em assumirem o controlo na cama e fazerem, pensando que mandam, o que eles sempre quiseram... rs... Pobre imaginação a do homem... rs... E quanta capacidade para nos enaganarmos a nós próprios...

Bendito ginásio onde expias as tuas culpas, ou bendita força de vontade de cumprires a penitências pelos pecados da gula... rs... Pecados? Era só o que faltava, que a culpa à muito a mandei para o... ginásio. Quilos a mais? Os médicos dizem que si. Eu digo que, sem ser irresponsável, convivo bem com eles. Afinal, isto é apenas um modo de vida. Ou como alguém escreveu: não vale a pena levar a vida muito a sério. Afinal, não escaparemos dela com... vida... rs...

Termino com o agredecimento de me teres adicionado, embora já numa fase em que tive de parar devido a grandes projectos profissionais muito importantes na minha vida. Mas como o bichinho não pára de me chatear, lá terei de voltar às lides um dia destes...rs..

Em segundo, para te desejar as maiores felicidades nesta aventura de se criar e manter um blog.

Beijinho do alto do meu 1,73 metros...rs..rs...

Jorge

Anónimo disse...

ler todo o blog, muito bom