domingo, 22 de fevereiro de 2009

Mr. Big

Esta 'coisa' de relacionamentos deixam-me frustrada. Percebo perfeitamente este engodo de se ser workaholic. Assim evitam-se horas a pensar numa matéria...que não tem explicação.

Tive uma relação muito sui generis com um homem durante anos. Não seria um 'namoro' típico, dito normal. Foi uma relação com muita química, cumplicidade e empatia. Não falávamos de sentimentos. Sou muito 'ursa desajeitada' no que toca abrir o coração verbalmente. E ele também. De facto, essa é a minha maior veia masculina...Infelizmente.

Acho que deixei escapar um ser precioso por não ter tido 'tomates' de demonstrar ou revelar a força da minha necessidade de estar com ele, de respirar o ar dele. Que aquelas longas horas ao telefone eram um elixir de alegria para a minha existência. Os momentos que passávamos juntos eram preenchidos de luxúria, de sintonia mental e física. Um Nirvana de sensações.

Depois de anos a tentar não ver o que era óbvio, decidi que, quando se gosta, gosta-se. Tinha passado tempo mais que suficiente para ele me pudesse envolver a cintura com as suas garras e dizer...És minha e quero-te para sempre!

Afastei-me...deixei de atender as chamadas..apaguei-o do Msn...do Hi5...ignorei as suas mensagens e os mails... Mas nunca, por nunca, ele correu atrás de mim, bateu na minha porta com um grande ramo de tulipas brancas a exigir-me de volta para a sua vida.

I guess He wasn´t that Into...Me!!!

Doloroso, mas verdade.

Passado um ano, desde a última vez que estivemos juntos. Em que os nossos corpos estremeceram só de roçarmos as faces num beijo inócuo. Passados esses 365 dias, recebo um email...'Vou casar-me'. Brutal!

Um soco no estômago. O Mundo a andar à roda. Uma fantasia deitada por terra. Um desespero por gritar NÃO!!!!

Mas, ninguém morre de Amor. E eu continuei a minha vida. Despedi-me do emprego onde estava, fiz as malas e parti para Barcelona. Começar de novo.

Entretanto, o sujeito casou. E, nos últimos meses tenho assistido uma tentativa de tentar 'reatar' a nossa amizade. Apanha-me no chat do Gmail (único sítio onde não o tinha bloqueado, pois nunca tinha aparecido por lá...) e tenta meter assunto...Como vais?...Que é feito?....

Eu não respondo, ainda dói.

No meu dia de anos teve o desplante de me enviar um sms a dar os Parabéns e informar-me que anda contente com a vida de casado.

Expliquem-me o que é isto???? Será que ele ainda não percebeu que eu cortei-o da minha vida!!! Tudo o que venha daquele lado nada mais tem que o efeito de uma faca cravada no meu peito a ser torcida e retorcida? O que é que ele quer?! É um homem casado...nunca poderemos ser amigos inocentes com aquilo que tivemos.

Até porque...nunca mais nos vimos, nem nos cruzámos desde aquele último dia...onde os nossos corpos ainda faziam faísca como no primeiro dia que nos tocámos.

Daí que o Sex & The City faça todo o sentido. Todos temos o nosso Mr. Big nas nossas vidas. Eu estou naquela parte em que ele se casou com a outra. Não quero pensar que o meu sub-consciente queira aguardar que ele se divorcie e volte para mim. É um desperdício de tempo e de vida!

Estas mensagens é que me matam. O que quer ele então? Voltar a ter-me na prateleira? Não percebo...

O que é facto é que desde Ele todas as tentativas de me tentar relacionar com qualquer outro homem têm sido frustrantes. Mal-sucedidas. Uma desilusão. Uma comparação constante com o que tinhamos e que até hoje não consegui ter com mais ninguém. Magoa-me ele ter 'moved on' e eu só avanço em falsas partidas.

Ainda agora, apareceu-me outro alguém. Percorreu mais de 300 km à toa só para me ver. Para estar comigo mais do que aquelas horas no café combinado naquele final de tarde. Sinto-lhe aquela ânsia de querer consumir aquela pessoa com todos os sentidos. Sinto-me desejada, cortejada, admirada, mimada, tudo aquilo que se deseja...quando se gosta mesmo de alguém.

Eu não sinto isso. Quero muito voltar a gostar assim de alguém. Gostava de poder corresponder às expectativas e ansiedades deste novo elemento que me atravessa o caminho. Mas sei que isso não vai acontecer.

E sinto-me mal. Estou a usá-lo. Sei que não quero que ele fique a dormir na minha cama. Não quero partilhar o meu acordar matinal com ele. Não quero ligar-lhe quando algo engraçado se passa. Não 'preciso' dele para viver, sentir ou respirar. Não é o meu vício. Por isso estou lá, mas não estou..

Contra a falta de química não há argumentos.

Assim me sinto, perdida.

Se existisse homem com quem eu teria tido a loucura de me casar, teria sido Ele. Não pensaria duas vezes. Insanidade, talvez. Muito possivelmente nunca resultariamos juntos por muito tempo. Mas isso eu nunca saberei porque nunca tentei.

Mais vale arrependermo-nos por algo que fizemos do que o contrário. Aprendi isso com sangue a jorrar no meu peito.

E hoje, com este dia magnífico, sol a brilhar, a ressacar de uns dias de pecados capitais, eis que me sinto...vazia, fútil, evil...E digo, Life Sucks!!

Será possível que nos calhe o Euromilhões duas vezes na mesma vida?

4 comentários:

Saltos Altos Vermelhos disse...

um conselho: enquanto não te desligares por completo dele nunca conseguirás gostar de alguém verdadeiramente!

Tana disse...

Perdida..
Partilho o mesmo sentimento de desorientação.
Obviamente haverá um caminho diferente, obviamente iremos encontra-los...mas só se realmente quisermos!
Ready?

Beijos!
Nice blog =)

Muñeca disse...

Não é fácil...Isto já dura há anos...

Maria disse...

Enquanto estamos "presas" a alguém é muito dificil esse sentimento voltar a surgir por outro alguém.. Criamos demasiadas expectativas, e nenhuma relação é igual a outra.

beijinho.