quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Meleca

Eu adoro as telenovelas brasileiras. Acho piada. Conseguem libertar-me o cérebro por alguns minutos depois de um dia a puxar pela mioleira até doer.

Para além de ter que pensar a arquitectura, tenho que dominar não sei quantos programas de desenho e imagem em inglês, tenho que falar em castelhano, assistir reuniões com alguns clientes onde tenho que falar em inglês, passo no ginásio (ou no super) antes de chegar a casa e tenho que ouvir catalão. Chego a casa e....venha a net e o vosso reino que a hora da novela em Portugal está a começar. E aí, parou! Alto aí! Português brasileiro está no ar! Desde que me lembro como gente que oiço essa língua tão nossa, mas quem em nada tem a ver connosco.

Os brasileiros têm expressões que não lembra o diabo. Têm piada, caem em graça. Há palavras que ditas por eles não produzem o mesmo impacto, positivo ou negativo, de um portugês puro.
Quem pode levar a sério um 'eu tji ôdeio'? E quem pode ignorar um: Eu odeio-te! É como o Tji Amo e eu Amo-te (como em tempos analisou o nosso tio Herman). As mesmas letrinhas, o mesmo conteúdo, mas uma interpretação diferente. Como se costuma dizer, Brasil é Carnaval e Portugal é Fado.

Há expressões e palavras que não têm tradução na mesma língua. Parece estranho, mas é verdade. Meleca é uma dessas palavras.
'O minino estava picando meleca do nariz'. Cá diríamos, 'o rapaz estava a tirar macacos do nariz'.
Meleca é porcaria, é 'nhanha'...'aquele otário, meleca de gente!' Não soa tão bem? Ou então, 'só tens meleca nessa cabeça!'. Ou ainda, que gelatina tão meleca. Não é uma palavra gira?

Há outras...muitas outras. Mas se me oferecessem a palavra Meleca no nosso dicionário oficial de língua portuguesa ficaria um bocadinho mais feliz.

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