domingo, 9 de junho de 2013

Basileia: algumas notas para quem vai viajar

Esta viagem a Basileia não estava prevista. Aliás, não tenho viagens nenhumas previstas pelos próximos meses se não arranjar emprego como deve ser!
O Guapo quis fazer uma surpresa e lá fomos nós rumo à terra dos museus e docinhos arquitectónicos.
Eu fiquei responsável de fazer o roteiro (como já vai sendo habitual) e de tratar das partes práticas: check-in online, imprimir cartões de embarque, escolher o hotel e fazer as reservas, etc.
Enquanto andei a pesquisar na net sobre Basileia deparei-me com muito pouca informação prática. Nós queriamos fazer um roteiro de arquitectura, dado que Basileia tem muitos edificios de arquitectos contemporaneos que tinhamos de ver. Nesse aspecto as informações são muito reduzidas.
Mas nada que não se resolva com o Google Earth, umas pesquisas e um iPad à mão num hotel com wi-fi gratuito (não é para ser pedante, mas foi uma ferramenta muito muito muito útil).
 
Caso estejam interessados em ir a Basileia ficam aqui informações que eu acho úteis e que só quem lá vai é que fica mesmo a perceber da coisa.
 
Primeiramente, praticamente todos os hotéis oferecem um Travel Card a cada hóspede. Ou seja, um cartão tipo Navegante para andar livremente em todos os transportes dentro de Basileia durante o tempo da estadia. Para fazer o trajecto do aeroporto para a estação de comboios (Bahnhof) basta mostrar o comprovativo da reserva do hotel caso seja pedido. Durante os quatro dias que por lá andámos nunca nos pediram para mostrar o bilhete.
Do aeroporto para o Bahnhof basta apanhar o autocarro com o número 50. Estão sempre a passar de 10 em 10 minutos.
Nessa estação de comboios tem um Posto de Informação turístico onde se deve pedir mapas da cidade e recolher pequenos guias sobre a mesma. Ainda existe um mini-mercado e loja com comidas e doces (bem bons). Eu despachei logo aí o que iria precisar (águas, coca-cola, sumos, batatas fritas, sandes, saladas, bolos, etc). Também levantamos dinheiro no multibanco (ao lado da casa de câmbios). Eles aceitam Euros, mas dão o troco em Francos Suiços (CHF) como se 1€ fosse igual a 1CHF. Ou seja, fica-se a perder dinheiro. Então fizémos sempre questão de pagar tudo em francos.
Ter sempre muuuuuita atenção com os trocos, estavam sempre a dar dinheiro a menos (dado que não conheciamos bem o dinheiro e eles têm moedas que nunca mais acabam). Apesar de serem muito eficientes e simpáticos à sua maneira, têm a mania de ficar com uns troquinhos para eles.
 
Gorjeta: não ficam ofendidos se não deixarmos gorjeta. Aliás, nem devem estar muito habituados a isso dado que é tudo muito caro. Para verem só, no McDonalds um McMenu aqui ronda os 6€ lá são 12CHF. Num restaurante normal (ou chique) o prato (só o prato) rondavam os 36CHF (cerca de 30€). Se é para dar gorjeta que seja de 10 francos para cima, senão ficam ofendidos.
 
Andar pela cidade é muito fácil, tanto a pé como de transportes. É preciso ter muita atenção ao atravessar a estrada por causa dos eléctrico, são muitos e estão sempre a passar. A zona do passeio e a estrada confundem-se muitas vezes. Nós levámos imprimidos o mapa dos eléctricos.
 
Se estão à espera de fazer muitas compras por lá, esqueçam. Para além de ser tudo mais caro, não há muita oferta nem muito apelo ao consumo. Lojas de chocolate são poucas (mas booooas) e arranjar um chocolate quente como aquele que bebi em Frankfurt é mentira, por incrível que pareça. Lojas de relógios Suiços também são raras. Pessoas agarradas aos iPhones, iPads, iPods, telemóveis e coisas assim, não há. Como eu já referi, Basileia e seus habitantes não são muito dados ao consumismo.
 
Nota-se que a população é mais envelhecida que no sul da Europa. Os restaurantes e bares enchiam-se de pessoas com mais de 60 anos. O que acho muito bem, alguém tem de alimentar esse sector. Mas a falta de jovens para renovar a população irá-se reflectir na economia um dia destes (a não ser que continuem a deixar entrar imigrantes...coisa que eles não querem mais).
 
Para ir ao Vitra Campus (imperdível!) há que apanhar o autocarro nº 55 na estação de Badhen, perto da fronteira com a Alemanha. O autocarro passa de hora em hora (às 11h47 e depois ao 12h47 e por aí fora). O melhor é tirar o bilhete dentro do autocarro, basta dizer que se vai para Vitra.
O passeio de autocarro dura cerca de 20 minutos e basta olhar pela janela para se saber que a nossa paragem é aquela. O Vitra Campus é um paraíso para tirar fotos bestiais a edifícios de arquitectos que já são um icone para nos; Frank Ghery, Zaha Hadid, o nosso Siza, Tadao Ando, os Herzog and so on.
 
Para o Novartis é que a tarefa é mais difícil. Primeiro temos de escrever um email para o Posto de Turismo de Basel a agendar uma visita (só alguns dias por mês) e depois, pelo que encontrei na net pagam-se 400CHF pela visita guiada. Fiquei de olhos em bico. Trezentos euros??!!!
Aquilo acaba por ser uma coisa esquisita. A Norvartis comprou uns trinta quarteirões até à fronteira com a França e vedou essa área toda. Só trabalhadores da Novartis podem lá entrar. Ou seja, acaba por ser uma mancha urbana grande da cidade completamente privatizada. Uma cidade dentro de uma cidade. Acho muito discutível, mas enfim. Claro que andámos là à volta a apreciar o que dava para ser visto, mas não encheu as medidas. Pelo contrário.

Para além de toda esta parte prática, adorámos a cidade. Penso que não é um sítio que ansiemos voltar. Exploramos tudo o que queriamos e podiamos. Apanhámos neve e sol. Chuva, frio e calor.
Não ficamos apaixonados pelos Suiços nem com vontade de emigrar para lá. No entanto, despertou-nos a vontade de conhecer outras cidades deste país. A ver vamos.
Curiosamente vimo-nos 'gregos' para perceber o que eles dizem. Tudo, praticamente TUDO está em alemão. Poucos falam inglês. Em compensação, muitos falam português (imigrantes na área às toneladas), ahahah.









 

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