sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

País a saldos

Ontem falava com o meu irmão que me contou uma história doida que reflecte bem o estado desta nação e os valores dos patrões deste país na desgraça.
 
Então imaginem o seguinte, o amigo do meu irmão, vamos chamá-lo de Alcino, anda há um ano à procura de emprego dentro do seu perfil (ele tinha um cargo de chefia de um departamento inteiro de uma empresa gigante). Entretanto candidatou-se para uma vaga que correspondia ao seu perfil numa sucursal de um empresa multinacional em Portugal. A entrevista correu muito bem e ele estava muito optimista. Mas depois informaram-no que ele não tinha ficado com o emprego. Ele ficou triste e perguntou o porquê de não acharem que ele poderia preencher os requisitos e se ele poderia melhorar nalguma coisa futuramente, tipo, fazer um MBA, uma especialização, whatever. Resposta: nao tem nada de errado, simplesmente queremos uma pessoa com menos experiência e mais novo (note-se que ele tem 35 anos!!!).
 
Mas a vida dá voltas engraçadas, e entretanto ele descobriu que a mesma empresa estaria a recrutar outra pessoa com o mesmo perfil mas noutro país. Ele candidatou-se, fez a entrevista em inglês na empresa sede na Alemanha, e...guess what? Ficaram fascinados e contrataram-no na hora! Para a mesma função que em Portugal a ganhar o triplo e com todas as regalias de alojamento, telecomunicações e viagens. O único senão...é ter de ir viver para outro país, longe da família e dos amigos.
 
Ora bem, se a sucursal em Lisboa tivesse ficado com ele teria ficado muito mais barato à empresa do que o contratarem para outro pais e a mesma função, certo?
 
Incrível como nós não nos damos valor. 

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