terça-feira, 5 de abril de 2011

Madrid e Cuenca

Desta vez fui passear com os papis.

Já há mais de dez anos que eles não iam a Madrid, por isso decidi proporcionar-lhes esta re-visita.

Dado que a última vez que eles lá tinham ido era Verão, não conseguiram perceber o fenómeno da 'la movida madrileña'. Desta vez, ficaram extasiados, como seria de esperar. As ruas cheias, esplanadas compostas, tapas de todo o género, canãs, muitas cañas, alegria. Adoraram!

Quisemos aproveitar a viagem para dar um saltinho até Cuenca. Cidade classificada como Património da Humanidade. Fica a meio caminho entre Madrid e Valência.

Há várias maneiras de ir a Cuenca: de carro (alugando), de autocarro (2h30m), comboio regional (2h30 a 3h00) ou de TGV (1h). Claro que os preços são inversamente proporcionais ao tempo de viagem. Quanto mais rápido, mais caro!

Eu fiz reserva no site da Renfe para o TGV. Se feita a marcação com três dias de antecedência consegue-se um bom preço. Basicamente, cada bilhete de ida e volta no mesmo dia para Cuenca seria 76€ por pessoa. Com a promoção ficou 38€ (metade). Só tem um pormenor, para se efectuar a compra tem de se ter cartão de crédito/débito de uma conta espanhola.

Torna-se muito menos cansativo ao poupar nas horas de viagem. Aconselho.

A estação de comboios de alta velocidade em Cuenca fica num planalto, algo afastado da terra. Mas não há complicações, estão sempre a sair autocarros para o centro da terra (demora 10 minutos). Devo dizer que a estação em si é muito interessante.

Chegados à estação de autocarros de Cuenca começámos a andar meio sem rumo, a cidade parecia adormecida, nada fazia adivinhar a cidade com fotos tão espectaculares que tinhamos visto. Pouco tempo depois encontrámos um Posto de Turismo e lá deram-nos as informações todas e mapas. O percurso que fizemos foi contornar a terra por nascente até sermos surpreendidos pelas famosas Casas Colgadas. É espectacular! Lindo mesmo!

Foram milhares de fotos a cada amontoado de casas que avistava. E depois a ponte...

Meus amigos e minhas amigas, eu tenho vertigens. Muitas vertigens. Principalmente de estruturas metálicas. Se na torre Eiffel fiquei o tempo todo razoavelmente afastada do perímetro exterior, na Marien Brücke (perto do castelo de Neuschwanstein) fui de gatas. Aqui pouco me faltou para ficar de joelhos e sair dali a rastejar. Fui agarrada à mão da minha mãe em tensão absoluta, sempre de olhos em alto para não desmoralizar.

Mariquinhas...pois, pois. Vão lá e depois conversamos. A partir daí, deslizamos entre ruas e ruelas no centro histórico. Vou ser muito sincera. Um dia é suficiente para ver a terra. É pequena e fácil de percorrer (com muitas subidas e descidas, mas pronto).

Achei triste cobrarem a entrada em TODAS as igrejas e catedral. Afinal, a casa de Deus devia receber toda a gente, certo? Não.


Ao contrário da 'espanha' que estamos habituados, aqui sentia-se uma certa melancolia nas pessoas. Muitas lojas fechadas, horários restritivos (só abrem as esplanadas ao meio-dia), pouca simpatia dos locais, muitos carros sempre a passarem em zonas que deveriam ser pedonais, para além de uma Plaza Mayor carregada de carros mal estacionados. No fim, percebemos que a parte nova da terra, a partir das cinco da tarde, resuscita dos mortos. Agita-se um pouco e sente-se alguma energia. Mas o centro histórico está muito adormecido. Bonito. Lindo. Algo triste. Algo Português.

Para animar as hostes fomos almoçar ao restaurante localizado no edifício mais famoso de Cuenca. Carote, mas óptimo! Com uma vista de cortar a respiração. Convém fazer marcação logo cedo. Fica perto da Catedral, logo na saida da malvada ponte.

De regresso à agitação da capital espanhola, foram longos os passeios, foram enormes as dores nos pés, as bolhas nos dedos, mas a alegria foi constante. Desta vez fui andar de barco a remos no Retiro. Estávamos por ali, o calor era grande, e queria ser turista a 100%. Que risota! Ver os nossos pais divertidíssimos como se fossem crianças é delicioso!

Depois aproveitámos a borla e fomos para o Museo del Prado (entrada gratuita das 18h às 20h). Eu sou mais Reina Sofia, mas tinhamos espreitar o Prado pelo menos uma vez. Finalmente consegui entrar no Caixa Fórum!! Tem sempre filas enormes, mas desta vez estava vazio :))) Pronto, não fui lá por causa de nenhuma exposição específica, foi só mesmo para ver os espaços interiores e principalmente a cafetaria no ultimo piso.

Minha gentji, a volta a Madrid foi quase de ponta a ponta! Nem faltou o Palácio Real e a Catedral de Almudena (em obras, só se podia visitar a cripta por 2€). Compras na Gran Via, os músicos nas Puertas del Sol, na Plaza Callao, o bairro da Chueca, a feira de antiguidades na Plaza Mayor, churros com chocolate quente (não sou fã, mas tinha de ser).

Das compras destacou-se a H&M. Para além das promoções (que também estão em Portugal), a nova colecção desta loja mais perto da Plaza de España era qualquer coisa de cair para o lado! Era eu ter dinheiro e espaço na bagagem e tinha arrecadado tanto vestido lindo que nem imaginam! Havia um, branquinho, curtinho, aiiiiiii!!!!!

Madrid...te quiero!!!


Casas Colgadas (Cuenca)


A ponte...maldita...Cuenca


Mercado de San Miguel..siempre!

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