terça-feira, 21 de novembro de 2017

Rio de Janeiro - para quem vai no reveillon

Ora bem, eu prometi que contava o resto da viagem, dava dicas e tal e nunca mais me lembrei. Do Rio lembro-me todos os dias, cá em casa muitas vezes fala-se com sotaque carioca. Escrever sobre essa cidade é que me tem escapado.

Passou quase um ano desde que lá fomos e continuamos enamorados pela cidade. Primeiro porque correu tudo bem, voltámos inteiros, e depois porque é uma cidade fantástica com uma topografia absurda, floresta cerrada em poucos quilómetros de distância, e as pessoas...

Nós queríamos ser cariocas por uma semana. E fomos (q.b). Deram-nos a dica de contratar uma empresa para fazer algumas actividades e excursões e nós marcámos tudo antes de ir (só pagámos no dia de cada actividade). A empresa é a Riomaximo
Fizemos o vôo de Asa Delta (lou-cu-ra total, nem sei como tive coragem), um dia de tour pela cidade (super recomendo) e uma ida a um ensaio de samba (só tínhamos disponível a noite para ver o ensaio do Beija Flor em Nilopolis). Correu tudo muito bem, tudo em segurança, tranquilo. A ida para os arredores do Rio, atravessar a Av. Brasil toda by night e regressar às tantas da manhã para ver o ensaio é que foi mais assustador (para mariquinhas como eu), mas foi espectacular. Se recomendo ir a favelas? Não, não e não. Há muito para ver, é inevitável atravessar uma ou outras nos tours, tem-se um cheirinho do ambiente de favelas (mais-ou-menos) pacificadas e chega. Vêem-se ao longe de todo o lado, têm as melhores vistas da cidade, mas não recomendo lá irem. Garanto-vos que não faz falta.
Recomendariam ir à zona J a um turista? Não, pois não? Eu acho dispensável.

Também queríamos dar um pulinho a Angra ou Búzios, só que depois não tínhamos tempo para usufruir da praia, dos passeios no calçadão sem hora marcada. Não. Optámos por uma coisa mais calma. Um dia num tour, outro dia na praia. Um dia ficamos sempre no hotel porque eu bebi uma água comprada a um vendedor ambulante que na realidade não era engarrafada e fiquei mal, mal, mal. Eles recolhem as garrafas todas do lixo e muitas vezes voltam a encher com água da torneira, põem um pouco de cola na tampa e simulam que está selada. Por isso, cuidado! Façam o favor de amarrotar sempre as garrafas antes de pôr no lixo, ok?

Um dos dias fomos para a praia do Arpoador, depois para Ipanema mas já só avistámos o Leblon. Andámos de pedalinho na Lagoa e fomos sozinhos para o centro. No centro sentimo-nos em segurança, tinha polícia armada em cada esquina, mas depois de regressarmos percebemos que não é tão seguro assim. Demos a volta ao Museu do Amanhã, entrámos no Paço Imperial e fomos ao chá das cinco na Confeitaria Colombo (vale muito a pena o chá das 5). Fomos cuscar o SAARA, sempre desconfiados, mas fomos. Fizemos compras em supermercados na rua atrás do hotel (paralela ao calçadão), comiamos no boteco e algumas vezes no Balada Mix. Atravessamos o Parque Garota de Ipanema várias vezes até termos cruzado com um brasileiro que tinha acabado de ser assaltado lá com direito a armas e facas. Começámos a dar uma volta maior, mas sempre de mãos nos bolsos e a assobiar para o lado.

Tínhamos transfer incluído do e para o aeroporto e nunca andamos de taxi nem Uber. À noite íamos para o quiosque no calçadão em frente ao hotel e fazíamos a festa.

Adorei, adorei, adorei. Mas não deixava lá ir os meus pais, nem o meu irmão. O ambiente é tenso, o desespero por grana fácil é assustador. Não nos aconteceu nada, mas vimos acontecer. Claro que na próxima vez vamos querer ficar em Ipanema, queremos ir ao Parque Lage e Jardim Botânico. Muita coisa ficou por fazer e ver, mas revisitar já não seria nada mau. Só é preciso que o país se levante e acabe com a violência extrema.

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