domingo, 26 de janeiro de 2014

E a tragédia do Meco? E as praxes? Que me dizes?

Uma tragédia que podia ter sido evitada.
Praxes? Por mim eram abolidas. Acho bem que haja actividades de inserção para os recém chegados a esse novo mundo. A festa do caloiro, o raly das tascas, charadas, jogos. Agora, humilhação? Não, não nos preparam para nada.
Felizmente que as praxes para mim passaram-me um pouco ao lado. Andava em pânico de ser arrastada para aquelas gritarias e figuras tristes, mas na minha faculdade (faculdade de Arquitectura de Lisboa) que morava num edifício isolado no meio do Monsanto ( só depois é que se juntaram as outras), não havia essa pressão toda para praxar à parva. Aliás, até houve umas actividades engraçadas, tínhamos de fazer uma maquete com esparguete, farinha e água e coisas do género.
Eu participei em algumas actividades da recepção ao caloiro e confesso que foi bom para me 'enturmar' numa realidade nova. Não esqueçamos que eu era uma miudinha acabada de sair de casa dos pais no Algarve, sozinha a estudar em Lisboa. Foi fácil? Não, foi difícil. Mas o curso era tão absorvente que nem dava para pensar noutros caminhos, nem em perder tempo com as praxes.
Para verem a diferença, no final da primeira semana de aulas, enquanto eu ainda estava à nora e nem sabia onde ficavam as salas, colegas meus já tinham maquetes, painéis para apresentações e cromices do género. Pois é, eu fiquei numa turma de cromos ( e betinhos). Escusado será dizer que no ano a seguir mudei de turma. No entanto, amigas com que fiquei para a vida conheci-as no 1° ano mas que só valorizei no 4° ano. Tudo tem o seu timing.
Houve dias em que fugi da faculdade para não ser praxada, mas quando vi os meus colegas todos avançados na matéria mandei à fava quem me tentava praxar. Não estava ali para brincar.
As praxes deviam ser uma coisa gira, um conjunto de actos de integração, de brincadeiras saudáveis. Mas infelizmente há sempre quem goste de ultrapassar limites, que aproveite a sua situação de superior (veterano) para calcar nos outros as suas frustrações e vinganças.
Depois houve o tempo em que eu podia praxar. Se o fiz? Não. Nem sabia como, achava ridículo e...ora bolas,  não tinha tempo para essas parvoíces, tinha um curso para fazer. Certo?

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