quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Acupuntura, yes please

Há uns anos atrás, quando ainda trabalhava num palácio do Estado, uma colega cantarolou-me os benefícios da acupuntura. Para mim era música, entrou no ouvido e passou. Nunca liguei muito ao assunto, até porque a grande referência que tinha era o Dr. Choy e face à proliferação de clínicas com o nome dele sem ele lá estar deixou-me com a crença que era mais uma 'arte' dedicada à estética.

Entretanto, a minha mãe surgiu com um problema de saúde que ninguém conseguia classificar, curar, aliviar, diagnosticar, nada. Em quase desespero aceitou a indicação de um amigo do meu pai para ir a uma consulta de acunpuntura em Lisboa, de um conceituado terapeuta belga. Ela lá foi, desconfiada, mas foi. Não lhe curou do problema que a levou ali, teria de ser com medicina tradicional (dito por ele), mas curou-lhe das enxaquecas e sempre que lá ia durante duas semanas conseguia dormir pelo menos 5 horas (que a mãe é uma insónio-dependente). Achei fantástico, mas a mãe não quis continuar porque ficava longe e porque o problema essencial persistia.

Depois, face ao problema que surgiu no meu pai, indicaram-lhe acunpuntura como terapia essencial para a sua recuperação, para além de fisioterapia. O meu pai foi bem certinho, nunca falhava na fisio e procurou um terapeuta de acunputura. Correu muito mal, esse terapeuta basicamente era um curioso da área e só fez asneiras. Felizmente, por um acaso, um médico que tinha sido operado a um tumor no cérebro indicou-nos um outro terapeuta que lhe tinha ajudado (em muito) na recuperação total da movimentação da cara.

Foi assim que conhecemos o Dr. N. Primeiro começou o meu pai a tratar-se, depois a minha mãe (que ajudou a aligeirar os sintomas da doença por diagnosticar). A mãe passou a dormir todas as noites (não 8 horas, mas umas 5 ou 6 horas), dores na cervical nunca mais, e outras coisas. Estavam rendidos ao Dr. N, pela eficácia, frontalidade e acessibilidade. Ele sempre afirmou que acupuntura é um complemento à medicina tradicional e nunca indicou que deixasse de tomar medicamentos indicados pelo médico.

Um dia, eu, farta de andar com dores na anca, lá fui aos médicos de ortopedia (que é difícil encontrar um que FALE e seja simpático, irra!). Fiz ecografias, ressonância magnética, TAC, tudo e mais alguma coisa. Felizmente era somente uma inflamação, mas na zona onde estava localizada a cura seria muito difícil ou impossível, a não ser que eu estivesse disposta a ficar imobilizada durante uns 3 meses. Então lá me indicaram um mês de fisioterapia intensiva diária. Lá fui. Segui tudo à risca e até vi ligeiras melhorias. Até que, num dos dias, o meu fisioterapeuta não me pode atender e foi uma colega substituir. Senhores, até me surgiram lágrimas de dor. Ela foi tão bruta, tão, bruta, tão ineficiente que nem sei porque não lhe chamei nomes e saí dali (lá está uma pessoa a achar que os médicos têm sempre razão...). Ou seja, numa sessão ela desfez o trabalho de quase um mês.

Com ainda mais dores, pedi para que o Dr. N me atendesse. Pior não ficaria, achei eu.

Então agora é que vão ficar de boca aberta. Com duas sessões fiquei 'curada'. Duas agulhas apenas e pimba! Fiquei atónita...e fã! Foi uma descoberta fantástica. Ao fim de duas semanas regressei ao ginásio, suavemente, evitei as máquinas (que eu adorava) que ele disse que não deva fazer e ma-ra-vi-lha!

Já mais recentemente, convenci o Guapo a lá ir também. Mas o caso dele já tinha a ver com stress e como isso estava a dar-lhe cabo da saúde e da mente. Já lá foi a umas quatro sessões e as melhorias são bem visíveis. Ficou fã também.

Só tenho pena que ele esteja longe, nos algarves, pois mais do que terapeuta de acunpuntura também é uma pessoa que ouve e dá boas dicas para gerir frustrações e stresses.

Fiquei com alguma vontade de ir experimentar um psicólogo ou psicoterapeuta. Faz-me tão bem falar ele que se calhar não era má ideia ir a um profissional mesmo da área.

Por isso, não se pode comparar um médico com curso de medicina com um terapeuta de medicinas alternativas. Eles complementam-se, da mesma maneira que um engenheiro complementa um arquitecto. Há uns melhores que outros, e isso o mercado define-o bem. Se os resultados não são bons, só lá volta quem é parvo.

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