segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ser patrão também deve ser tramado

No outro dia fui fazer um brunch numa esplanada que me é muito querida. Já lá vou há quase dez anos e nunca me desiludi. Claro que para tudo há uma primeira vez. E essas ocasiões tendem a ser traumatizantes.
 
Fui atendida por uma empregada estúpida. Podia ser burra, lenta, tonta, lerda, o que quisessem, agora estúpida é que não. Para além de tratar a clientela com enfado, ainda se punha a dar ordens e raspanetes às colegas, que por acaso eram novatas, brasileiras e simpáticas.
 
O azar de tudo isto foi o facto da empregada estúpida me ter dado um raspanete por eu ter mudado de lugar sem lhe ter perguntado se podia. Oi?
 
Não estava ninguém à espera de mesa, havia outras mesas vazias, não havia razão para a empregada estúpida me ter dado um raspanete como se eu tivesse 10 anos e fosse filha dela. Só não me levantei e fui embora porque o Santo Guapo não me deixou.
 
Depois comecei a persegui-la com o olhar para ver se a atitude da empregada-estúpida-armada-em-patroa-importante era semelhante com o resto da clientela. E era. Ela era efectivamente uma empregada estúpida. Felizmente, que a meio do brunch passei a ser atendida por uma outra empregada novinha, brasileira e simpática.
 
Conclusão, cheguei a casa e enviei um email ao gerente do espaço a explicar a situação e o desgosto por ter sido mal amada num sítio que eu sempre tomei como meu refúgio sagrado.
 
O gerente desfez-se em desculpas, obviamente, mas na realidade é difícil encontrar empregados com brio, competentes e simpáticos e controlar o que se passa na sua ausência (lá diz o diatado, patrão fora....). Ofereceu-me um jantar com tudo o que eu quisesse e tudo o mais para me compensar. Eu agradeci, mas de facto, neste caso a minha falta de memória terá de funcionar a favor dele, para que no futuro eu volte a considerar aquele cantinho como meu refúgio, porque neste momento aquele oásis está fora da minha rota. Nem com jantares grátis lá volto.
 
E se um dia lá voltar e encontrar a mesma empregada antipática, vou repetir o meu gesto. Mudar de mesa sem pedir autorização (desde que não esteja ninguém à espera) e esperar pelo raspanete. Ai que bem que me vai saber!

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