sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Pus a minha casinha à venda

Há uns três meses que pus um anúncio na internet. Telefonemas de manhã à noite de agentes imobiliários para angariar o apartamento (que insistentes e desesperados!!). Até houve uma agente que se deu ao trabalho de arranjar um falso investidor para me convencer a assinar um contrato de angariação exclusivo. É preciso ter muito cuidado, mesmo.

Alguns investidores também vieram ter comigo directamente, mas querem pechinchas, que não é o caso. A ideia de me enfiarem pessoas que não vão estimar a casa como eu deixa-me com sentimentos de culpa. Eu sei que é uma casa, mas de certa maneira faz parte de mim. Estão muitos pensamentos, vivências e sentimentos ali contidos, não é mesmo?

Depois lá me decidi a pôr uma placa na varanda a dizer VENDE-SE. Desde a primeira hora começaram logo a ligar-me pessoas a perguntarem qual o preço, as áreas, etc. Já fui mostrar a casa a uma boa dose de pessoas (desde a cuscos a pessoas mesmo interessadas), mas ainda não a vendi. Na realidade ainda não apareceu uma pessoa igual a mim: jovem estudante de outra cidade e que decidiu empregar os seus euros numa renda ao banco em vez de dar o mesmo valor por um quarto e no fim ficar não ter propriedade de nada. Eu tive essa oportunidade graças aos meus pais, que não sendo ricos, aplicaram o valor que receberam da casa da minha avó e dar como entrada para a minha casinha.

Agora o que me pasma é pessoas ligarem-me a achar que o prédio está todo à venda, quando se pode notoriamente ver que estão lá pessoas a morar. E um prédio à venda, naquela zona, nem precisava de placa que antes de anunciar já estaria vendido.

Entretanto vou ouvindo os elogios à casa ao mesmo tempo que se lamentam de ser muito cara. Eu aconselho-as a fazer uma pesquisa na internet por imóveis do género, na zona, para terem a percepção do valor de mercado. Ali não há pechinchas, nem quando a comprei foi barato, muito menos seria agora.

E mais...não tenho pressa. A pessoa certa chegará.

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