As férias este ano foram assim:
Uma semana foi para descanso absoluto (dois dias em Monforte e o resto numa praia algarvia). Dormir, dormir, dormir. Não levei o computador, não pensei nas chatices da vida, nem nos projectos que ficaram parados.
Depois regressei ao trabalho, alinhavei as coisas para fazer nova pausa.
O Guapo tinha de tirar as férias agora, antes de começar um novo contrato, por isso foi tudo assim meio de enfiada e fomos de férias mais uma semana.
Aaaah, e foi tão bom! Dormir não foi o propósito. Vimos muita coisa em pouco tempo, relaxamos, comemos bem (mas não muito), passeamos, aventurámo-nos. Foi muito bom!
Começamos por ir no vôo Lisboa-Nice que é bem em conta (pelo menos para mim que foi ofertado no Natal).
O objectivo era ver as Cinqueterre, mas acabou por ser muito mais do que isso.
Nice foi uma surpresa. Muito animado, noites quentes, restaurantes e esplanadas cheias, passeio na beira da praia (Promenade des Anglais) tranquilo. Ficamos num hotel com quarto com vista mar e varanda na zona de Nice Vieux e foi o melhor sítio. Se foi caro? Foi. Vale a pena? Siiiim, cada tostão.
A praia é muito gira, mas extremamente desconfortável pelos pedragulhos. Sempre que mudava de posição na toalha era uma risada pegada, fiquei com o bumbum todo negro. Mas a água estava óptima! Comemos super bem e nada de preços astronómicos. A zona de Nice Vieux é girissima, quase que podia dizer que estava em Itália, pois a cor do edicado e o intrincado das ruas é muito semelhante.
Fomos até Cannes de autocarro (baratissimo, 1.5€, mas demora 1h30). Embora fique relativamente perto, ao irmos de autocarro acabámos por conhecer as capelinhas todas do trajeto. Cannes é engraçada, tem uma praia de areia fofa, lojas chiques e tal, mas não me deslumbrou.
Até estava com alguma pena de sair de Nice para ir as Cinqueterre, mas logo passou quando chegámos a Santa Margherita Ligure. Abancámos aí e foi a melhor ideia da viagem.
O nosso hotel tinha uma praia privativa, o quarto tinha uma varanda gigante com uma vista fantástica para o mar, e a terra é uma delícia. A classe chique das gentes de Milão costuma passar ali férias, respira-se tranquilidade e educação, ao mesmo tempo que se sente a autenticidade do parlare italiano. Fiquei tão apaixonada pela vila que por mim íamos ali todos os anos. Fomos a Portofino a pé e tudo! Delicioso! É uma verdadeira viagem no tempo, incrível.
De Santa Margherita às Cinqueterre não é fácil de perceber o trajeto de trem. Optámos por deixar o carro no hotel e fomos de comboio. Nem sei dizer de cor como é que vai ter à linha que faz as Cinqueterre, só sei que por um dia pagámos (ambos) 58€ para o bate-volta (inclui o Cinque Terre Treno MS Card). Tivemos de trocar umas 2 vezes até chegarmos à linha de La Spezia que faz o percurso entre as 5 terres. Confesso que não fomos a uma delas, Corniglia. Estava muito, muito calor e eu já não aguentava o inchaço nas pernas. Essa terre fica num alto, ou seja, ao sair do comboio ainda se apanha um mini bus que nos leva até lá, ou então ir a pé. Nós esprememos as outras terres num dia e correu super bem. Estão pejadas de turistas? Sim, principalmente Vernazza. Era a terre que eu tinha mais expectativa, mas pelos vistos 90% dos turistas também. Queria ter almoçado num restaurante qualquer com vista, mas estava tudo cheio. Foi pena pois a terra é muito engraçada, mas o calor não ajudou nada. Eu já só queria ficar num canto à sombra a beber coca-cola. A que mais gostei? Manarola!
Eu adoro Itália, mas os italianos nesta zona são tão autênticos e simpáticos que uma pessoa derrete-se. Poderiam estar farto dos turistas (como os gregos), mas não.
Depois decidi não arredar pé da Santa Margherita e não ir a mais lado nenhum, ainda assim faltou-me mais um dia por lá.
Por fim, lá pegámos no carro e fomos para o último destino: Mónaco.
Mónaco é o oposto de Santa Margherita. Tudo serve para ver e ser visto. Miúdas de 17 anos passeiam-se com as amigas, repletas de marcas de luxo, lábios injectados e silicones descarados. Os homens também se vestiam de marcas, mas o desfile em carro bomba é que era o ex-libris.
Mónaco também tem zona antiga (a partir o Palácio) que é fofinha. Ficámos num hotel mega luxo (foi só uma noite, ok?), com vista mar e tals. Por lá desfilavam pessoas ricas, riquissimas, armadas em ricas, caça-ricos, pessoas deslumbradas com o que o dinheiro pode comprar. Americanos, Dubaienses (??), angolanos e poucos brasileiros. Gente estupidamente rica, muitos arrogantes e parvos. Outros, só ricos. E nós, armados em ricos, ahahahah.
O hotel valeu pelos quartos mesmo. Cama fabulosa! Melhor cama que já tive. Bem alta, fofa, lençóis macios e almofadas de penas. Dormi que nem um anjo e por mim quase que nem saia do quarto. Mas tive de ir ao casino, como é óbvio. No Casino não ganhei nada. No casino do hotel fiquei uma hora para conseguir perder 5€. Foi giríssimo.
Depois partimos de regresso a Nice. Deixámos o carro no aeroporto (super bem indicado, e tem bomba de gasolina lá) e ala Lisboa.
Lisboa, Uber, casa-mais-linda-que-a-nossa-não-há e dormiiiiir (a sonhar com o colchão do Mònaco).
Finito.
Foi mesmo um fôlego para suster as próximas semanas que vão ser beeeem duras. A mãe do Guapo vai para cirurgia e estamos todos em suspenso.
Viajar é tão bom, sou tão feliz a descobrir mundo, a cruzar fronteiras...Quando tenho de fazer as malas confesso que me desanimo um bocado, e bato-me por estar a gastar tanto dinheiro para me cansar, que o melhor era ficar por aqui de papo para o ar. Mas depois...venho sempre tão maravilhada, tão cheia de ideias, de energia, que por mim era trabalhar e viajar (e comer).
P.S. - Um grande agradecimente ao Maps do iPhone que nos conduziu estrada afora sem nos enganar nunca. Best GPS ever!
Portofino
Vernazza
Riomaggiore
Mónaco - Monte Carlo