quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

E o teu 2017, que tal?

O meu ano no geral não foi mau. Aliás, estarmos todos bem e com saúde já é um bom sinal, o melhor de todos.

Começamos em terras bem quentes, a pular ondas no mar de Copacabana no Rio de Janeiro. Foi 'A' viagem de 2017.

Entretanto conseguimos regressar a Londres e ir a Stonehenge, revistei Amesterdão e Maastricht. Embarcámos num cruzeiro pelo Báltico com um cheirinho por Riga, Tallinn, Helsínquia, Klaipéda, St. Petersburgo e Estocolmo (outra vez). Regressei aos Açores, descobri Budapeste e adorei. O ano ainda não acabou mas espero fazer pelo menos mais uma viagem. 

Como eu costumo dizer, sai sempre mais barato ficar em casa sem fazer nada do que viajar. Mas para quem tem esse escape, hobby, paixão ou necessidade há sempre maneira de viajar com qualidade sem gastar mundos e fundos. Pesquisar e reservar com muita antecedência é o truque, Raramente consigo bons preços em lastminutes, mas há quem consiga. 

Este ano foi corrido com muitas viagens, o que fez com que sobrasse pouco tempo para verdadeiramente descansar. Nós tentamos sempre passar uma semana de férias com os pais do Guapo e outra com os meus pais. E como os dias de férias não esticam, sobram-nos poucos dias para estarmos só os dois. Mas em 2018 prevejo um ano mais calmo de saídas. Aguardamos uma viragem na carreira do Guapo que por um lado vai ser muito bom, mas que vai ter o seu revés, vai receber bem menos...Às vezes temos de dar um passo atrás para conseguirmos dar balanço para um salto em frente, e é isso que vai acontecer. Então vamos ter de ser mais cuidadosos com as finanças.

O ano foi meio estranho. Pessoalmente apanhei um susto numa consulta de rotina, mas que se revelou um não susto. O Guapo também anda às voltas com uma vesícula meio avariada ainda que assintomática, tudo fruto de stress. Pensámos tentar engravidar este ano, mas não aconteceu. Aliás, desde que começamos a pensar nisso começou tudo a correr mal, problemas a surgirem, só confusões, até chegámos a pensar que era mau-olhado. É um desejo que nem sabemos se vai acontecer, tentamos não pensar muito nisso.

O trabalho tem fluído, continuo sem estar rica mas vou fazendo o que gosto. Consegui um contrato novo que foi muito bom, por isso é continuar na labuta.

Tive pouco tempo dedicado às amizades. Se não estava a trabalhar, estava a viajar ou a caminho do algarve, ou em casa dos pais do Guapo. Faz-me falta estar com as minhas amigas e falar de tudo e de nada. É um aspecto que pretendo alterar em 2018. Aposto que se trabalhar menos no fim ganho o mesmo e ainda sobra tempo!

Vendi a minha casinha e foi um alívio. Por um lado tenho saudades, por outro lado é menos um encargo. Do valor da venda dei tudo aos meus pais e só fiquei com uma pequena parte fruto dos investimentos que tinha feito (obras, decoração, móveis). Fiz muitas limpezas no armário e de alma (que ainda está em processamento). Dei metade da minha roupa a quem precisava e ainda não estou cem por cento convencida que dei tudo o que podia. Só fiquei com as malas que verdadeiramente utilizo e que são boas. Descobri que o UBER veio aliviar muitas situações de stress sempre que tinha de apanhar um táxi e isso deixou-me bem mais leve. Ter uma senhora que vai a casa fazer a limpeza e passar a ferro uma vez por semana é do dinheiro mais bem gasto do mês. Não estava muito convencida com Netflix e até ia desistir, mas agora já posso ver na televisão e estou a prever um 2018 muito mais divertido em frente à tv (uma vez que os nossos canais só emitem novelas portuguesas de faca e alguidar). Desde a última sessão de laser em Maio que não me crescem pêlos nas axilas (zero) e noutras zonas que não vou descrever. Nas pernas ainda cresce um ou outro, mas só quando vou ao ginásio é que me apercebo deles quando faço os alongamentos. 

O menos bom mesmo deste ano foram as perdas...o pai de uma grande amiga, a doença de uma outra amigona que estava a tentar engravidar e descobriu um problema, enfim, coisas com que não estamos habituados a lidar com pessoas que nos são próximas. A mãe do Guapo recebeu o resultado de uma biópsia menos positivo, o que nos está a deixar angustiados. Mas vai correr tudo bem, tem de correr!
Os meus pais lá vão caminhando, cada vez para lados mais opostos, é triste, muito triste. Mas eu estou a tentar aceitar que a vida é deles e não posso continuar a fazer de psicóloga. Ouvir as barbaridades de um, as parvoíces de outro e pôr água na fervura. Quando há um grave problema de comunicação entre o casal e eles se recusam a ouvir outros que não eles próprios, não há muito a fazer. Como tenho o meu próprio casamento para cuidar e não quero ser contaminada pelas más energias estou a fazer um esforço para me manter à margem. Não que não me importe, que importo. Não que me seja indiferente, que não é. Mas não estou a aguentar este drama diário de queixumes e novelas venezuelanas. Conversem, entendam-se, tratem-se. Desisti ouvir tudo e falar para paredes.

Na realidade a minha maior fonte de stress nem é o trabalho, são os meus pais. E depois de uma conversa franca comigo própria, decidi que isso tinha de acabar. Andava nervosa e angustiada com um assunto que na realidade não me dizia respeito. Tenho de deixar de ser a bengala deles para ver se falam de uma vez. Juntos ou separados, é lá com eles.

Para 2018 desejo mesmo muita saúde para todos nós e que a sorte esteja sempre do nosso lado. Que o Amor vença sempre sobre todos os obstáculos. Que este ano nos ilumine o caminho laboral para a independência que tanto ansiamos, que venha o filho (se tiver que vir) com muita saúde e que o Guapo consiga libertar-se do stress que tem dado cabo dele. Se desse para vir um sobrinho/a do meu irmão então era ouro sobre azul. Seria o ano dos rebentos e seria tão giro. Bem, mas sem pressão. O que for, será!





sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Andamos a criar totós

Eu não sou mãe. Não tenho filhos meus...ainda. Nem tenho sobrinhos.
A minha relação com crianças resume-se aos sobrinhos, afilhados e primos do Guapo. Ah, e os filhos dos amigos.

Um dos sobrinhos do Guapo entrou este ano para a universidade (ele e a irmã têm uns bons anos de diferença, convém esclarecer). Então o sobrinho está alojado na casa dos avós (pais do Guapo) que fica na Grande Lisboa, longe do centro (onde nós estamos).

Acontece que agora tudo (TUDO) se gera e decide à volta do sobrinho. Não que ele tenha pedido, mas todos se sentem na obrigação de lhe facilitar a 'adaptação' à nova realidade. Nova realidade que já dura há mais de dois meses.

No outro dia o sobrinho teve um exame na faculdade que terminou às dez da noite, adivinhem quem é que se voluntariou para o levar a casa de carro uma vez que aquela hora da noite há poucos transportes públicos? Pois, o Guapo. Adivinhem quem é que levou com respostas tortas porque ele já estava à espera na rua à 2 minutos e eu estava a 'engonhar'. Eu.

Para além da roupa lavada, comidinha feita, e outras coisas, agora também se fornece serviço UBER. Ah e tal, coitado. Ele tem iphone, instala o Uber e siga (que os paizinhos ganham muito bem - muito bem MESMO e podem pagar). Seria a minha lógica.

A sério, isto está-me a consumir os nervos. Já disse várias vezes que não estão a criar nenhum bebé (olham-me com cara de horror, chamam-me insensível).

A lá ver, eu vim da província para Lisboa sozinha, com 18 anos. Morava em Alvalade e a minha faculdade ficava no Alto da Ajuda. Numa altura em que os autocarros nem sequer iam até à porta da (única) faculdade ali existente (na altura). Não raras vezes, eu e colegas, éramos abordadas por homens nos carros a pensar que estávamos a fazer serviço no Monsanto (quando íamos a pé até à faculdade). As minhas aulas acabavam às sete da tarde quando não era mais tarde. E eu sou GAJA, não sou gajo. Sobrevivi e não tinha ninguém por perto para me safar, nem iPhones, nem Ubers, nem dinheiro de sobra (que já ia tudo para as despesas de rendas), nem mariquices do género. Só implorei por um carro (qualquer um desde que andasse), no dia em que a caminho da faculdade escangalhei uma maquete nas mudanças de autocarro / metro/ autocarro e chuva pelo meio. E aí, confesso, melhorou muito a minha vida.
Agora imaginem o coração de um pai que vem deixar um carrinho (fofinho que só ele, uma casca de ovo valiosa para mim) à sua filha bebé em Lisboa, tendo ela acabado de tirar a carta! Mas olhem, desenrasquei-me bem, sem multas e  acidentes. 
Cheguei a sair de casa às tantas da noite à procura de sítios para imprimir ou tirar cópias (e havia!). Não tinha avós, nem pais, nem tios para me 'desenrascarem'. Não.
Pelo meio, também tinha de fazer compras para a casa, cozinhar (sabia zero e não havia Bimby), lavar a minha roupa, estender, apanhar e passar a ferro. 

Hoje em dia tenho muito orgulho de conseguir o que consegui, mas sei que fui muito apoiada pelos meus pais. Sempre se dispuseram a ajudarem-me em tudo o que pudessem, e eu só pedia o que não conseguia mesmo fazer por mim uma vez que não trabalhava. Sei que há pessoas que trabalham e tiram cursos, mas no meu caso eu sei que isso era impossível. Principalmente porque a avaliação era contínua, tínhamos inúmeros trabalhos de grupo para além dos individuais, e eu queria tirar o curso sem repetir nenhum ano (prop$nas) para começar logo a estagiar e ganhar o meu dinheiro para as minhas despesas. Mas tenho plena consciência que fui uma afortunada.

Quando uma pessoa tem de cumprir um objectivo mas não sabe como, tem de desenrascar. Usar a imaginação, apelar às amizades, fazer acontecer. Eu sou assim, não espero que façam por mim senão arrisco-me a ficar a chuchar no dedo. E se eu tivesse continuado na província teria tido uma evolução completamente diferente porque teria lá sempre o meu pai ou a minha mãe a fazerem-me a papinha toda.

E se queremos ser autónomos, é desde tenra idade que se adquirem esses skills. Eu vou ao banco, à seguradora, à oficina, supermercado, à lavandaria, o que for. Tenho de resolver algo? Resolvo. 

Vou-me apercebendo que quando tivermos filhos isto vai dar filme. O Guapo há-de ter uma postura hiper-proteccionista e eu (embora ache que também vá ser mãe-galinha) vou forçar-me a não tratar os meus filhos como totós até aos 40 anos. Nem pensar! Vão ser engolidos pela sociedade num instante, vão ter uma vida caótica e ninguém vai querer aturar criaturas assim. 

A minha esperança é que isto seja só agora, na primeira vez, porque hão-de haver N exames que acabam às dez da noite, aí quero ver.




segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O caos de Dezembro chegou

O frio também chegou em força e o meu desejo de ter aquecimento central reaviva em extremo nesta altura. Odeio ter frio em casa, ando cheia de mantas, écharpes, meias sobre meias, um atrofio.

Em Dezembro somam-se as horas perdidas à procura do presente certo e a convicção que isto está a chegar a um nível de consumismo absurdo. Estou a tentar conter-me na despesa, mas não é fácil. O meu carro já foi à revisão e inspecção, por isso já teve a sua prenda. Aliás, a mais cara que hei-de oferecer este Natal (a não ser que a sorte grande do euromilhões me bata à porta).

Os clientes querem ter todos os projectos entregues e aprovados antes do ano acabar, indiferentemente de só terem adjudicado ontem. Prazos, prazos, prazos...

Ligo a televisão e lá vem um última hora invariavelmente triste, o actor, o jornalista, o empresário e o músico. Tudo com a mesma doença, uma epidemia de células mal formadas. Não percebo como é possível ainda não termos dado conta do C. Essa doença silenciosa e fatal. Atinge crianças, adultos, desportistas e sedentários, sem dó nem piedade. Com tantos avanços na ciência e não arranjam solução para isto??

Eu continuo com a dieta e continuo a não ver os ponteiros da balança a baixar. O Guapo leva a coisa mais a sério (odeia chocolate e eu não passo sem...1 quadradinho por dia, só!). Sem dieta comia uma bolachita ou outra, um bolito aqui, uma fatia de salame de chocolate acolá e o peso não alterava. Agora é só vegetais, saladas, sopas, carnes brancas, ovos, gelatinas e tudo está na mesma. Estou seriamente a pensar voltar à 'minha dieta', ao menos não choramingava quando alguém comia um bolo à minha frente.

Posto isto, e para rematar, vou investir em aulas de Pilates. Eu acho que o meu problema é um metabolismo lento. E com muita concentração vou fazer com que ele mude. A minha cunhada conseguiu com ioga regular o peso (ao fim de anos em dieta rígida, caminhadas diárias e aulas de zumba sem conseguir emagrecer).

O trânsito não me atrapalha, ando a pé. Um luxo, eu sei. Irei ao Colombo por causa das compras de Natal, mas estou determinada a resolver metade da lista por encomendas online. 

Agora vou interromper o intervalo e seguir com o trabalho que tem de ser entregue ontem.