quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Coisas tão mundanas como o prazer de um belo banho

 Se há coisa que eu gosto é de tomar um belo banho.

Banho de imersão é um luxo que de momento não me posso dar. Quer por racionamento da água, esse bem precioso, quer por racionamento de tempo livre, esse bem raro, quer por não ter uma banheira à altura (leia-se, com comprimento suficiente para me enfiar lá dentro sem ficar com os joelhos flectidos). Embora, verdade seja dita, que este último item não serve de desculpa, pois já tomei belos banhos de imersão com os joelhos a arejar. A ler uma revista e com velinhas acesas e tudo. Onde é que isso já vai...

Entretanto, o que realmente me dá prazer é sentir a água a cair em cima da cabeça. Água bem quente de um prato de chuveiro efeito cascata. Lembro-me sempre da minha Tia Ana. Nos seus dias internada no hospital, antevendo que seriam os seus últimos, a única coisa que ela se lamuriou foi das saudades que tinha de tomar um belo duche. E aquilo ficou no meu pensamento até hoje (e já se passaram mais de dez anos). É incrível como certas coisas fazem tanto sentido e não damos importância no dia-a-dia (só quando ficamos impedidos de as aceder).

O Guapo reclama que eu demoro horrores no duche. Ele não entende. Para ele tomar duche é uma actividade necessária mas não prazeiroza.

Eu resolvo muitas questões de trabalho quando estou a tomar banho. Eu lembro-me de inúmeras tarefas completamente esquecidas quando estou a lavar a alma. Eu lavo o cabelo duas vezes, com champôs diferentes, ponho máscara no cabelo e máscara na cara ao mesmo tempo, lavo o corpo com espuma de duche e as partes baixas com lactacyd. Depois de enxaguar o corpo, segue o hidratante de duche. Aí segue mais uma sessão de intensa terapia por baixo da cascata a exaguar cabelos, corpo, tudo. Por fim, esfrego-me com oil & go e finalmente saio do banho. Conseguem imaginar todo este ritual e ainda resolver problemas de projeto, problemas de agenda, and so on?

Pois é, essa sou eu. Muito prazer.

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